Dúvidas Frequentes

Principais dúvidas relacionadas ao Aleitamento Materno

Ao abordarmos sobre o aleitamento materno, existem diversas dúvidas comuns relacionadas ao processo de amamentação. Por diversas vezes, a nutriz sente-se insegura durante esse processo. Neste sentido, o presente material aborda as principais dúvidas referidas pela nutriz de acordo com a literatura e experiência prática de enfermeiras atuantes em atendimentos de mulheres e crianças em aleitamento materno.


Existe leite fraco?

Todo leite materno é adequado. Cada mãe produz o leite necessário com calorias, nutrientes, vitaminas, sais minerais, anticorpos, água e todos os outros componentes em quantidades adequadas para o seu bebê. Não existe leite fraco.


O leite produzido é suficiente para a criança? 

A mulher tem capacidade de produzir leite suficiente para alimentar seu filho. O estabelecimento do aleitamento materno, quanto a adequada posição e pega do bebê na mama, sucção efetiva, bem como a amamentação exclusiva em livre demanda são fatores que contribuem para a produção adequada do leite materno e ganho de peso do lactente. 


Como saber se o bebê está recebendo leite materno suficiente?

Se o bebê é ativo e responde aos estímulos, faz xixi várias vezes ao dia e, principalmente, se está crescendo e se desenvolvendo adequadamente, tudo isso leva a crer que a criança está mamando em quantidade suficiente. O acompanhamento com o pediatra é essencial para uma avaliação da saúde da mulher.


Como saber se o choro do bebê é de fome? 

O choro pode significar diversas situações como: sono, frio, calor, dor, cólicas, fralda suja, ou até se está precisando de carinho e de atenção. Com o tempo, a mãe e as pessoas que cuidam da criança aprendem a interpretar o seu comportamento. Reconhecer os sinais de fome e amamentar em livre demanda, assim como oferecer uma rotina de cuidado ao bebê ajuda os pais na confiança nos cuidados com o bebê, incluindo a amamentação..


Mamas pequenas produzem pouco leite? 

Tamanho não é documento. Brincadeiras à parte, o tamanho da mama não influencia a quantidade de leite que ela produz. O que determina o tamanho das mamas é a quantidade de gordura acumulada nesse local. A quantidade de leite produzida por uma mulher não depende do tamanho das mamas, pois o leite é produzido pelas glândulas mamárias e não pela gordura acumulada nas mamas. 


O desmame é mais difícil em crianças com mais idade? 

Em geral, ocorre o contrário. Com a idade, a criança aos poucos vai se interessando mais por outras atividades e alimentos e, assim, se preparando para o desmame natural. Muitas vezes, o que ocorre é a dificuldade da mãe em se preparar para a separação, uma vez que a amamentação é muito mais que alimentar. Conversar com um profissional especializado pode ajudar muito neste processo.


Criança que mama no peito tem mais dificuldade para aceitar os outros alimentos? 

O leite materno tem sabores e cheiros que variam com a alimentação da mãe, logo, as crianças amamentadas costumam ter mais facilidade para aceitar novos alimentos. Isso faz com que a criança, durante a amamentação, vá se acostumando com a alimentação da família, a partir dos 6 meses de vida.


Amamentar faz o peito “cair”? 

A genética e o aumento excessivo de peso durante a gestação, assim como a idade da mulher e o aumento de peso ao longo dos anos, entre outros fatores, contribuem para a alteração na forma das mamas independentemente da prática de amamentação.


É possível amamentar gêmeas ou gêmeos? 

Sim, a produção de leite sempre está relacionada ao estímulo, ou seja, quanto mais os bebês mamarem, mais leite será produzido.. As mulheres podem amamentar seus gêmeos por 2 anos ou mais e de forma exclusiva nos primeiros 6 meses. 


É possível voltar a amamentar depois que a mulher ficou um tempo sem amamentar? 

Mesmo que a mulher tenha interrompido a amamentação por um tempo, é possível voltar a amamentar. Ela pode fazer o processo de relactação, com a ajuda de profissionais de saúde para ser orientada. 


Existem situações em que a amamentação é contraindicada?

Sim, algumas condições de saúde como pessoa viva com HIV ou HTLV, criança com diagnóstico de galactosemia, fenilcetonúria ou malformações congênitas/fetais que impeçam a prática da mamada são situações que contra indicam a amamentação. Há situações em que a interrupção pode ser temporária, como em casos de hepatite C com a ocorrência de mamilos feridos, pois pode ocorrer a transmissão pelo leite. O uso de drogas nocivas com potencial de adicção também é recomendado a interrupção temporária do aleitamento materno, bem como o uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação. Quando a pessoa que amamenta apresenta sintomas de gripe, resfriado ou até mesmo COVID-19, a amamentação pode ser continuada com algumas medidas de proteção, como a utilização de máscara e higienização das mãos.



Referências:

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